“Porque todos tropeçamos em muitas coisas.
Se alguém não tropeça no
falar é perfeito varão,
capaz de refrear também todo o corpo” (Tg 3.2).
Benjamim
Franklin disse que a fera mais perigosa do mundo tem sua toca escondida
atrás dos dentes. A língua é fogo. É mundo de iniquidade. Coloca em
ruínas toda a carreira humana. Tem o poder de dirigir, pois é como o
freio de um cavalo e como o leme de um navio. Se bem utilizada pode
conduzir-nos em segurança, mas se usada com insensatez pode levar-nos à
destruição. A língua tem o poder de destruir. É como fogo e como veneno
letal. Um pequena chama incendeia uma floresta. Uma pequena dose de
veneno tem um terrível poder letal. A língua tem o poder de deleitar. É
como uma fonte e como uma árvore frutífera. Deve trazer refrigério para
os cansados e alimentar os famintos.
Tiago faz três afirmações sobre a língua, que vamos aqui destacar:
Em primeiro lugar, a língua é destruidora (Tg 3.1-6).
A língua é um pequeno órgão do corpo que pode destruir toda a carreira
humana. Pode levar o homem ao inferno e ela mesma ser destruída nesse
lugar de chamas eternas. Quantos relacionamentos estremecidos por causa
da maledicência! Quantas guerras sangrentas foram provocadas por
palavras insensatas! A língua é mundo de iniquidade. Está cheia de
peçonha. É uma espada que fere, um fogo que destrói, um veneno que mata.
Mais pessoas têm sido destruídas pelo poder da língua do que por
qualquer outra arma. Acautele-se acerca de sua língua. Põe guarda na sua
boca e vigie a porta de seus lábios, pois as palavras proferidas são
como setas que uma vez lançadas não voltam mais. São como um saco de
penas jogadas ao ar do alto de uma montanha. É impossível recolhê-las
todas.
Em segundo lugar, a língua é indomável (Tg 3.7,8).
O homem com a sua inteligência tem domado os animais do campo, as aves
do céu e os peixes do mar. Porém, o homem não consegue domar sua própria
língua. Em vez de usá-la com sabedoria, muitas vezes, usa-a para ferir
pessoas. Em vez de abençoar o próximo, açoita-o com o látego das
críticas mais desumanas. O apóstolo Paulo diz que devemos falar sempre a
verdade. Só proferir o que é oportuno. E só falar aquilo que vai
transmitir graça aos que ouvem. O pensador grego Platão dizia que
devemos passar o que ouvimos por três peneiras: A primeira peneira: É
verdade o que você está me dizendo> Você já falou para a pessoa
envolvida> O fato de você me contar esse caso, vai ajudar em sua
solução> Caso o depoente não pudesse passar seus comentários pelo
crivo dessas três peneiras, Platão lhe dizia: “Eu não quero ouvir o que
você tem para me falar”.
Em terceiro lugar, a língua é incoerente (Tg 3.9-12).
Tiago diz que a língua é incoerente, pois da mesma língua sai louvores a
Deus e críticas ferinas ao próximo, que foi criado à imagem de Deus. A
mesma língua que canta louvores a Deus também fala blasfêmias contra
Deus e lança maldição sobre o próximo. Tiago argumenta que, assim como
uma fonte de água doce não produz água salobra, assim, também, da nossa
língua não é conveniente que saia bênção e maldição. Assim como uma
figueira não produz azeitonas nem videira figos, assim também da nossa
boca não deveria sair palavras tão incoerentes. Assim como uma fonte de
água salgada não pode dar água doce, assim, também, uma língua cheia de
veneno não pode produzir o que produz vida. Oh, quão corrupto é o nosso
coração! A língua é incoerente, porque ela revela o coração. A boca fala
daquilo que está cheio o coração.
Só nos cabe rogar a Deus
misericórdia e refrearmos nossa língua, pois, Tiago diz que se alguém
supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o
próprio coração, a sua religião é vã.
Rev. Hernandes Dias Lopes
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